A rua é nossa | por Jorge Carvalho
- nm-matosinhos
- 31 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
Foram três horas bem passadas no Orfeão De Matosinhos, no passado Sábado, quer pela informação, quer pelos conhecimentos que adquiri sobre MATOSINHOS.
Sem um Povo, minimamente consciente e, logo, consciencioso e informado, para os matosinhenses sem este princípio não tem sentido. No passado, a história dos matosinhenses e foram muitos, tiveram grandeza e orgulho na sua personalidade e dedicação por Matosinhos conforme foi relatado neste evento.
Certas pessoas, que foram autarcas em Matosinhos após o 25 de Abril, não conservaram e destruíram por completo o processo de patrimonialização. Fizeram-no e afirmavam “não queremos patrimonializar”, faltou a esses senhores a sensibilidade do saber patrimonial e cultural, porque desconheciam a identidade e raízes de Matosinhos.
Em MATOSINHOS muitos espaços arquitetónicos foram destruídos e todos os seus bens populares, cultos e tradições, apagando a memória e a expressão cultural não protegendo, nem garantindo a sua preservação.
O Orfeão De Matosinhos com estas iniciativas, “A RUA É NOSSA” está a lançar a todos os matosinhenses, um desafio que é:
Revitalizar os matosinhenses, despertá-los para a consciência da sua história, dos seus feitos maiores, das suas gentes e da sua honra.
Eis o que é preciso:
Levantar a moral dos matosinhenses!
Mas como…?!
Os matosinhenses chegaram ao limite do engano, de todos os que elegeram, confiantes, atraiçoaram as memórias dos matosinhenses, destruíram o património de Matosinhos.
Em tão poucos anos quarenta e três (43) perdemos identidade, dignidade, valores, riqueza, interesse, motivação, mulheres e homens, Comércio e Indústria em Matosinhos.
A Indústria Conserveira está reduzida a 3 a 4 fábricas, quando o universo fabril era cerca de meia centena de fábricas, isto não falando nos armazéns de salmoura.
Sobre a Rua Brito Capelo, claro que não se podia falar de tudo numa Sessão, pois não foi por acaso que Joaquim Queirós no seu livro Mar De Gente, dedicou oito (8) paginas sobre a Rua Brito Capelo.
Já agora acrescento, por ser referido na palestra o Palacete de uma família brasileira onde permaneceu durante anos o Sindicato dos Conserveiros e também uma Escola Primaria, mais tarde este Palacete foi adquirido em hasta pública, pela família Penafort de Vila Flor, de forma pouco clara, dado que nem O Sindicato, nem a Direção Escolar de Matosinhos tiveram conhecimento do leilão Judicial.
Após o 25 de Abril o Sindicato comprou o Palacete. Mais tarde a Câmara Municipal de Matosinhos comprou o Palacete, dado o interesse público e patrimonial da casa, para o destruir e mais tarde construir um parque de estacionamento, um dos maiores crimes patrimoniais cometidos em Matosinhos.
Para terminar queria acrescentar que a seguir ao citado Palacete era o Largo Santo Amaro, hoje Largo Santos Lessa, onde havia um Tamanqueiro, a Sapataria Socorro de Vitorino Carvalho, o Barbeiro Paiva e a casa da Tia Adelina, que vendia a palha para os colchões. Onde está o Mercado, em frente à doca, era onde se situava a Capela Santo Amaro.
Concluindo, a Sessão terminou da melhor forma com a projeção de fotografias antigas lindíssimas sobre Matosinhos.
O Orfeão De Matosinhos está de parabéns e no bom caminho, não quer que os matosinhenses estejam parados na sua história.
A história desenvolve-se segundo dinâmicas internas e pressões externas.
Precisamos voltar a confiar na força e na vontade dos matosinhenses.
Bem hajam.
Matosinhos, 30 de Janeiro de 2017
Jorge Carvalho
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