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Grupo Desportivo Aldeia Nova como “a melhor coletividade de Matosinhos”


Se caminharmos pelos passadiços junto à sede do Grupo Desportivo do Aldeia Nova, vemos que alguma coisa – ou tudo – mudou. Esta mudança tem uma razão de ser e há uma cara por detrás dela.

Fundado em 1972, o GD Aldeia Nova começou por ser uma coletividade de poucas pessoas em que a sua sede era no "Tasco da Dona Ana", situado na travessa de Aldeia Nova.

Mas se avançarmos para 1975, conseguimos ver não só a mudança da sede para a Rua José Vilaça como também o início das obras do Campo das Salinas, destinado ao futebol popular e o primeiro campo do Futebol Clube de Perafita.

Desde dessa altura até 2013 pouco mudou. Mas foi nesse ano que Vítor Melo assume a presidência do grupo desportivo e com ele uma forte equipa de direção.

Vítor Melo, o homem por detrás da mudança

Está na direção há quase quatro anos e mostra-se confiante na sua recandidatura ao terceiro mandato.

No primeiro dia em que assumiu a liderança do GD Aldeia Nova, tinha apenas 46 euros no cofre e uma mão cheia de ideias para meter em prática.

“Quando assumi o Aldeia Nova só tinha 46 euros no cofre. Passado uma semana apareceu, no meu lugar de presidente, uma carta para pagar 2.546 euros de IRS, tinha os 46€, faltava o resto.”

Convocar a assembleia geral e propor a suspensão do futebol sénior foi o primeiro passo. Esta proposta, que acabou por ser aceite por unanimidade, tem uma justificação.

“Na altura o futebol sénior, que se encontrava na segunda distrital, gastava 16 mil euros por ano e as fontes de receita eram só de dez mil, o que dava um défice de 6 mil euros. E como a equipa jogava no Complexo Municipal de Leça da Palmeira (Bataria), não trazia qualquer retorno para a sede, nem para a dinâmica da mesma, o que também causava falta de ligação entre os jogadores e os sócios. Além disso o Aldeia Nova não era só futebol, na altura também tinha a pesca e todas as responsabilidades de custos fixos para cumprir”.

Uma equipa de futebol que jogava na 2ª distrital, uma equipa de bilhar desmantelada e uma equipa de pesca sem objetivos, foram outros obstáculos que Vítor Melo encontrou.

“Foi preciso darmos um passo atrás para podermos dar dois à frente”

Dois passos em frente.

Para os 13 mil m2 do complexo – propriedade do GD Aldeia nova – haviam ideias em esboço, idealizadas inicialmente por Guilherme Aguiar, anterior Vereador do Desporto da Autarquia e Administrador da Matosinhos Sport, mas foi o atual presidente do grupo desportivo que as pôs em prática.

O primeiro passo foi gerir o dinheiro do GD Aldeia Nova e contar com o apoio do ex. Presidente da Câmara de Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, que ajudou a ser possível, em menos de dois anos, dar vida a um complexo.

“Gostava muito do Guilherme Pinto e espero que, de certa forma, ele consiga ver no que nos estamos a tornar. Também sei que o mesmo gostava muito da minha dinâmica e daquilo que eu estava a fazer”

Vítor Melo elege outras figuras que, para além da sua equipa técnica, conseguiram levar avante o projeto que tinha em mente: “O complexo é uma realidade fruto de muitas pessoas que apoiaram financeiramente este projeto: o antigo Presidente Guilherme Pinto, a Engenheira Helena Vaz, a Engenheira Olga Maia, o Dr. Guilherme Aguiar e o Presidente Rodolfo Mesquita. Existe ainda um protocolo que o GD Aldeia Nova vai e está a cumprir”.

O segundo passo é todo ele mais visível e ramificado em várias mudanças.

Se olharmos para o logotipo do grupo desportivo, a tonalidade do roxo mudou. É mais forte, mais escura. Juntamente com esse layout, mudaram-se os equipamentos e a organização da base de dados.

Durante as reuniões “até às duas da manhã” nasceu uma academia de formação de futebol de raiz, pelas mãos da direção, que começou com apenas “meia dúzia de crianças” e uma equipa técnica que foi mudada o ano passado.

“Senti que precisava de mudar a toda a equipa técnica e esse foi o grande salto da academia, bem como o coordenador da mesma por achar que não estava a receber qualquer tipo de retorno nem existia uma abordagem correta com os pais nem com os restantes meios. Agora não paramos de crescer.”

Inicialmente eram apenas duas equipas (benjamins e infantis) que jogavam na Associação de Futebol do Porto (AFP), agora o GD Aldeia Nova tem todos os escalões de formação ativos e conta com 192 atletas a competir na AFP, todos eles inscritos para subirem de escalão. Para além dos escalões de formação, tem ainda a componente da competição onde estão inseridos os juniores e os seniores.

Com 23 pessoas ativas no departamento de futebol, cada equipa conta com um diretor que é o responsável máximo do seu escalão.

“Nós tivemos, pelo menos, dois meninos referenciados com problemas de obesidade e que sofriam de bullying, e que agora estão muito melhores devido a esta componente social que prestamos. O que de mais importante o GD Aldeia Nova tem, são os atletas”

Antes de toda a magia acontecer no relvado, existe a motivação como pano de fundo.

Todos os atletas que chegam aos balneários encontram o seu equipamento oficial – oferecido pelo Aldeia Nova – pronto a vestir tal como os jogadores profissionais.

É pela equipa de Nuno Oliveiro, Lisângela Costa e Marisa Vinagre, que são feitos conteúdos como a antevisão, o resumo e o decorrer dos jogos em formato vídeo para o canal oficial do grupo desportivo 690002 na Meo.

Mas existem outras componentes que também evoluíram.

“Mudamos o departamento de pesca, bem como a sua equipa técnica, e conseguimos não só ter mais atletas como subir da terceira para a segunda divisão nacional de pesca desportiva.”

O bilhar snooker que se encontrava suspenso, foi reativado e com um novo líder subindo também para a segunda divisão.

“Criamos um departamento de BTT, na componente lazer, bem como um departamento de Running que vai avançar agora este ano também na mesma componente.”

Assumiu o GD Aldeia Nova com 247 sócios e agora já conta com mais de 825, assumindo que “estão a ser novamente sócios quem um dia saiu.”

Os elogios aparecem cada vez com mais força e Vítor Melo afirma que: “Há muita gente que está a elogiar o projeto. Muitas delas conheciam o Aldeia Nova como uma coletividade fechada e por isso, quando começaram a ver estas dinâmicas e este tipo de abordagem diferente, o feedback tanto delas como dos atletas é excelente.” Contudo, o presidente confessa que “algumas pessoas estranham o crescimento, não é fácil gerir a motivação.”

“Se o Aldeia Nova não é a melhor coletividade de Matosinhos, anda muito lá perto”, mas ainda há muita coisa a fazer.

Aldeia Nova: a ambição para o futuro

Por mais mudanças que tenham existido – e que exigiram um grande jogo de cintura –, essas não são suficientes para o presidente.

Criar a marca Aldeia Nova é um dos principais passos em frente, mas há mais.

Para além de já estar tudo alinhado para a criação do departamento de futebol de praia e do desejo que a equipa sénior suba de divisão, há um projeto que Vítor Melo avança.

“O Ex. Presidente Guilherme Pinto cumpriu com a sua palavra e deu-nos um subsídio para melhorar a sede. Não queremos criar uma confeitaria, mas sim uma coletividade com um layout apelativo e que faça com que entrem mais mulheres porque a componente feminina traz não só a beleza, mas também respeito”.

Para o complexo estão em lista dois balneários para o futebol 11, um balneário de futebol 5, um centro de recuperação muscular, uma cúpula para fechar os balneários, um campo de futebol para os mais pequenos e um pavilhão por detrás da sede para a realização de workshops.

Com um site a ser construído, o grupo desportivo quer manter atualizadas as redes sociais Facebook, Instagram e Youtube bem como o canal de televisão.

O maior projeto está “no segredo dos deuses”, mas Vítor Melo garante que “será um projeto único em Matosinhos e que não só irá ganhar o GD Aldeia Nova como todo o concelho”.


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