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Tudo sobre a praça que irá Homenagear Guilherme Pinto

  • Foto do escritor: nm-matosinhos
    nm-matosinhos
  • 14 de fev. de 2017
  • 5 min de leitura

“A grande praça que Matosinhos nunca teve e que, doravante, poderá ser um local privilegiado de exercício da cidadania”, era assim que o ex. presidente Guilherme Pinto definia a praça que já tinha sido idealizada pelo mesmo, e que agora começa a avançar.

Após o falecimento do ex. presidente Guilherme Pinto, foi Eduardo Pinheiro que assumiu o seu cargo e que está agora a cumprir o restante mandato.

“Assumi a presidência da Câmara Municipal de Matosinhos em circunstâncias particularmente

penosas, substituindo um grande amigo, um homem bom e um autarca ímpar como foi o presidente Guilherme Pinto (…) Assumi este cargo, com orgulho e responsabilidade, comprometendo me até ao final do mandato, a honrar e a dar continuidade ao projeto que a equipa liderada por Guilherme Pinto delineou para Matosinhos”.

E assim o prova. Foi no dia 12 de janeiro que, durante a reunião extraordinária do executivo, o atual presidente da Câmara Municipal de Matosinhos apresentou a proposta de homenagem ao

antecessor, na praça que o mesmo idealizou.

“Trata-se de uma iniciativa da mais elementar justiça, na medida em que permite prestar a devida homenagem a um autarca que teve um projeto e uma visão de futuro para Matosinhos, e, ao mesmo tempo, fazê-lo num espaço urbano que foi imaginado pelo presidente Guilherme Pinto”, afirma o autarca.

Continua ainda a faltar a aprovação por parte da Comissão de Toponímia e da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, onde Eduardo Pinheiro avança que ainda não chegaram “a essa fase do processo”.

A praça está orçada “em cerca de 500 mil euros, incluindo o conjunto escultórico da autoria do artista plástico Rui Anahory”.

Esta escultura insere-se na praça com o objetivo de também homenagear as “operárias e aos operários da indústria conserveira, que de algum modo moldaram o carácter urbano daquela parte da cidade”.

Projetando esta obra como “um novo local de encontro e de fruição da cidade”, o autarca avança: “a construção da praça é também uma oportunidade de renovação urbana daquele quarteirão da

cidade. A iniciativa privada está a responder de forma muito positiva aos desafios da autarquia e

assistimos à reabilitação de muito património e à instalação de várias empresas. Há grandes investimentos anunciados para a envolvente que também beneficiam muito do dinamismo criado com a requalificação do quarteirão da Real Vinícola para a instalação da Casa da Arquitectura”.

Quando questionado sobre a escolha da Arquiteta Luísa Valente para projetar esta obra, o autarca

elogia a mesma afirmando que “é uma arquiteta municipal que tem feito um excelente trabalho,

e que tem, inclusivamente, conquistado importantes prémios de arquitetura (com o projeto do

Tanatório, por exemplo), correspondendo à intenção de valorizar o trabalho dos muito bons

arquitetos que a autarquia integra no seu quadro de pessoal. A Luísa Valente já tinha assinado o

projeto da Broadway, pelo que fazia todo o sentido que fosse também ela a desenhar a praça que é atravessada por essa via”.

O Notícias Matosinhos quis contar-lhe tudo sobre a praça e foi a arquiteta Luísa Valente que nos explicou a origem da mesma.

A zona de Matosinhos–Sul, que surge no início do séc. XX, fruto do resultado da industrialização

suportada pela dinâmica criada pelo Porto de Leixões, albergou grandes unidades industriais e de armazenagem, ligadas aos setores exploradores das conservas de peixe, refinarias de açúcar e vinhos – com o exemplo da Real Companhia Vinícola – ocupando quarteirões inteiros e marcando a fisionomia urbana de Matosinhos até finais do séc. XX como um importante centro industrial.

“A praça situa-se em Matosinhos-Sul na malha correspondente ao primeiro plano de Urbanização de Licínio Guimarães de 1896 e que tem como influência concetual a Malha urbana como génese

de cidade”, afirma a arquiteta.

Foi a história do espaço, em que está inserida a futura Praça, que inspirou a Luísa Valente a projetar a mesma. O desafio foi lançado pelo Guilherme Pinto e a arquiteta avançou sem reservas.

“Desenvolvi o projeto da Broadway, inaugurada em abril do ano passado, e em paralelo o Sr. Presidente propôs-me o desafio de projetar a praça em Matosinhos-Sul.”

Desde os primeiros traços até finalizar o projeto, foram sete meses de estudo e de inspiração.

“Comecei a desenvolver o projeto de forma a que o espaço público contasse uma história, a história da evolução da indústria conserveira da cidade.”

Ideias assentes, Luísa Valente avançou para a proposta de “que quem percorrer esse espaço público compreenda a evolução da indústria conserveira na cidade”.

“Sugeri que fossem identificadas as fábricas de Matosinhos-Sul, que eram 27. Ideia abraçada de

imediato pelo Dr. Guilherme Pinto que me propôs o desafio de não pensar só em Matosinhos,

mas traduzir naquele espaço a história da indústria conserveira de todo o concelho.”

“Na praça pretende-se que o espaço público conte a história através de um percurso de peixes, em

que cada um é o símbolo de uma fábrica. Quer no tempo da cidade, quer no tempo da história conserveira, o total das fábricas no concelho eram 54 e o que se pretende perpetuar é exatamente essas fábricas e os seus nomes.”

“Fiz o levantamento das fábricas e dos respetivos logotipos e por fim estilizei um peixe. Houve o

cuidado de criar a mesma matriz para os peixes com o nome das fábricas, porque queria criar

uma unidade na leitura do espaço urbano.”

Assim, trabalhando logotipo a logotipo, Luísa Valente teve novas ideias que rapidamente quis colocar em prática.

“A praça irá ter linhas que lembram o mar, a fluidez do côncavo e convexo, e que criam bolsas

onde é possível ler um livro, descansar ou apenas sentar e estar”

A praça torna-se assim num espaço de afetividades e é nela que irão acontecer os encontros do

quotidiano. Esta é ainda atravessada diagonalmente pela Broadway, uma via pedonal que utiliza

o antigo canal da via-férrea de acesso a Leixões, um eixo marcante que faz a ligação do Parque da

Cidade, atravessa a malha de Matosinhos–Sul, da Praça e liga com a frente de mar.

A arquita concebeu este projeto e afirma ser “minimalista” por apenas serem utilizados três materiais: o betão branco, betão preto e o espaço verde de todo o quarteirão.

Quando questionada sobre a sua opinião acerca da homenagem ao ex. presidente Guilherme Pinto, dando o nome do mesmo à praça, esta afirma:

“Uma homenagem muito merecida. Uma pessoa que lutava convictamente por aquilo em que acreditava. Fiz vários projetos durante o seu mandato e todas as ideias que o Sr. Presidente tinha traduziam- se sempre em ações e projetos.”

Sobre a arquitetura em Matosinhos, a mesma utiliza a formula que o ex. autarca utilizou durante

o seu mandato e a evolução que Matosinhos teve: “Lembrando as fórmulas exemplificativas da estratégia seguida pelo Sr. Dr. Guilherme Pinto: “a fórmula M2C, Mar + Movimento + Cultura,

à qual acrescentou a criatividade, alterando a fórmula MC2, Matosinhos, Cidade Criativa”. Eu

acrescento: Matosinhos é um território com uma nova identidade, um cais da arquitetura contemporânea, é uma cidade de oportunidades, de carácter, de paixões. Matosinhos é o futuro construído pelo passado!”

A praça avança no início deste mês, mas o presidente Eduardo Pinheiro afirmou que outros projetos também estão para ter começo.

“Ainda temos muito trabalho para fazer até ao final do mandato. A título de exemplo destaco a

conclusão da obra de requalificação do Palacete do Visconde de Trevões, onde vai nascer o Museu

da Cidade, a obra do tratamento Secundário da ETAR, o acesso para ambulâncias ao Hospital

Pedro Hispano e muitas outras. Matosinhos vai continuar a mudar e a requalificar-se – que não

haja qualquer dúvida sobre isso”.

A construção do “Sea Food Corner”, a requalificação urbana da Rua Alfredo Cunha, a construção

de uma ligação viária entre as ruas da Estação de S. Mamede e Flor de Infesta, a requalificação das

Rua Heróis de França e da Avenida Serpa Pinto, e das praças do Freixieiro e do Padrão da Légua,

bem como a requalificação da Praça de Lavra e do centro de Leça da Palmeira, são outras das

empreitadas projetadas pelo ex. presidente Guilherme Pinto e que agora Eduardo Pinheiro faz

avançar.


 
 
 

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