Iniciativa TUK Boleias, no Hospital Pedro Hispano, prolongada durante mais um ano.
O Tuk Boleias consiste num pequeno veículo elétrico – normalmente associado a fins turísticos - que não faz barulho, não perturba a entrada do hospital, não causa poluição ambiente e que garante a acessibilidade dos pacientes do Hospital
Pedro Hispano desde da entrada exterior até à zona de receção interior do mesmo.
O serviço de transporte teve um mês experimental em 2015 e funcionou de forma permanente e ativa durante o ano de 2016, alcançando “uma grande satisfação nos resultados para a Câmara Municipal de Matosinhos e para a Administração Hospitalar do Pedro Hispano”, afirmou ao Notícias Matosinhos o vereador dos Transportes e Mobilidade da Câmara de Matosinhos, José Pedro Rodrigues.
Segundo um documento estatístico a que o Notícias Matosinhos teve acesso, o serviço Tuk Boleias transporta, em média, 122 utentes por dia concretizando 40 viagens. Os idosos – com 65 anos ou mais – são os que mais usufruem deste serviço. As pessoas que sofrem de incapacidade física ou deficiência, constituem o segundo grupo que utiliza com frequência este serviço. Consta ainda no relatório que o período de mais utilização do Tuk Boleias é às 10:00 horas da manhã e às 14:00 horas da tarde.
“O serviço que é apenas uma solução provisória, serviu em média 35 mil pessoas num ano. Desde utentes com problemas de saúde, mobilidade ou até simplesmente com alguma idade, que não conseguiram vencer aquele declive de 10% na subida do hospital”.
Devido ao sucesso desta iniciativa, José Pedro Rodrigues afirma que a autarquia, juntamente com a administração hospitalar, decidiu “prolonga-la por mais um ano”.
Contudo, adianta: “é importante continuar a insistir junto do Ministério da Saúde para que o erro de conceção seja corrigido de forma definitiva, construindo um túnel entre a entrada exterior do hospital e a entrada interior para garantir a acessibilidade, daquela que é uma unidade que serve pessoas doentes com limitações de diferentes naturezas de saúde”.
Até o problema ser efetivamente resolvido, o vereador afirma que “este serviço se
justifica não só pelo número que serve, mas também porque se trata de um serviço público que é dirigido a pessoas que estão particularmente frágeis”.
Em relação aos comentários dos utentes “que antes expunham sempre o seu descontentamento justo face ao problema de acesso à unidade hospitalar”, José Pedro Rodrigues, afirma serem positivos.
“As pessoas vêm que a Câmara Municipal de Matosinhos e a administração do hospital tiveram a sensibilidade e a boa vontade para resolver um problema que já existia há mais de 19 anos. É um feito que as pessoas dão bastante valor”, avança.
Este serviço – que é gratuito para os pacientes – custa 28 mil euros por ano ao Hospital Pedro Hispano e à Câmara, que dividem de forma igual o total do valor por ambos.
“Tem sido uma experiência importante e creio que o investimento que tem sido feito neste serviço é um bom investimento e cumpre uma função social muito superior ao valor económico que o município e o hospital acabam por pagar pela prestação deste serviço”.
José Pedro Rodrigues reforça ainda o contributo do Tuk Boleias para “o reconhecimento do Hospital Pedro Hispano, em diferentes vertentes de organização, como uma unidade que presta um conjunto de serviços importantes e que tem dado passos longos para a modernização ao disponibilizar este serviço de carater inédito, de norte a sul do país”.
Embora o vereador afirme que o Tuk Boleias “adapta-se bem ao objetivo” a que é proposto “e por ser conhecido por ser limpo energeticamente, permitindo uma viagem simpática, tranquila e bem arejada”, existem melhorias que querem concretizar. “Se houvesse forma deste serviço evoluir, eu apontaria dois elementos que são sempre passiveis de nós melhorarmos: era fundamental encontrar um veículo que fosse maior e que mantivesse as mesmas caraterísticas – elétrico, não poluente, não sonoro – mas mais baixo para poder, de uma forma mais eficaz, apoiar os idosos.”
O segundo elemento assenta na evolução da segurança e do trajeto do veículo. Embora tenham sido reconstruídos alguns acessos para que o veiculo possa aparcar em condições de segurança no hospital e tenha sido colocado um abrigo para que as pessoas possam esperar confortáveis, é “constrangedor” um veículo deste formato “circular na via pública devido ao transito e à linha do metro”.
“Para além do transporte ser bem adaptado para a circulação dentro do hospital, queremos alastrar o serviço ao transporte público, ou seja, alarga-lo mais proximamente ao metro para que as pessoas não tenham que fazer todo aquele trajeto”, sendo para isso necessário “arranjar um veículo com condições para essas mudanças”, afirma o vereador.
Segundo as estatísticas realizadas o ano passado, a maioria dos pacientes desloca-se para o Hospital Pedro Hispano de autocarro, sendo que o segundo meio de transporte é o metro.
Este serviço “que foi vencendo desconfianças tornando-se um serviço simpático e útil”, já sofreu uma mudança no inicio deste ano.
“O ano passado tínhamos o serviço a começar às 08 horas da manhã. Contudo, a administração hospitalar sugeriu que o serviço começasse mais cedo para ajudar as pessoas que vão às primeiras consultas da manhã e que chegam cedo ao hospital para fazerem as marcações das suas consultas”. Assim, a decisão recaiu no começo do serviço 15 minutos mais cedo para que precisamente possa ser prestado esse apoio.
Relativamente à colaboração entre a autarquia e o Hospital Pedro Hispano, José Pedro Rodrigues afirma ser “muito próxima e com uma convergência de objetivos importantes”.