top of page

“A política deve ser feita para as pessoas, para os matosinhenses”

  • Foto do escritor: nm-matosinhos
    nm-matosinhos
  • 22 de jun. de 2017
  • 3 min de leitura

Henrique Calisto

O nome de Henrique Calisto dispensa apresentações em Matosinhos: filho da terra, é treinador de futebol há mais de 37 anos e ex-presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos. Aos 63 anos regressa à vida política e ao PS, ao apoiar a candidatura de Luísa Salgueiro à autarquia. Em entrevista ao NM, Henrique Calisto falou sobre as suas perspetivas para o futuro, numa conversa que vagueou livremente entre a política e o futebol.

Notícias Matosinhos: Foi a sua ligação ao Leixões que o levou para o mundo do futebol?

Henrique Calisto: Sim, foi o Leixões, como é evidente. Desde miúdo sou sócio do Leixões, fui jogador, treinador, presidente da assembleia geral. É o meu grande clube do coração, ao qual devo muito. Entretanto estive também sempre ligado à política.

NM: Como é que um homem do desporto, com uma profissão que toma tanto tempo, se liga à política?

HC: Há sempre tempo para tudo. Comecei a estar ligado à política ainda antes do 25 de abril. Podemos ter uma profissão que nos ocupa muito, mas há sempre tempo para o exercício da cidadania, para dizer presente e para contribuir para a construção da nossa terra.

NM: Falando do momento político, porque decidiu apoiar a candidatura da Luísa Salgueiro?

HC: Isto é um processo que foi desencadeado pelo Guilherme Pinto. Numa primeira reunião dos independentes foi decidido que se criariam mecanismos para que quem tivesse saído do PS e quisesse voltar o pudesse fazer. Depois foi dado ao Dr. Guilherme Pinto toda a autonomia para constituir uma lista comum entre PS e independentes. Numa segunda reunião foi comunicado que se tinha chegado a um acordo em que o PS teria a cabeça de lista a Luísa Salgueiro. Aprovado que foi entre os independentes que seria a Dra. Luísa e o Eduardo a encabeçarem a lista, e pela vontade que eu tinha de entrar para o Partido Socialista, entrei. E ao entrar para o PS só tenho duas opções: ou apoio a candidata do partido ou então divirjo. Para divergir fragilizava o PS. Tenho tentado nos últimos dias que haja uma reunião com a distrital, a candidata e o presidente da mesa da concelhia no sentido de se poder apresentar uma candidatura onde Matosinhos esteja unido em torno dessa candidata.

NM: Neste regresso à política, quais são as suas expectativas?

HC: Eu no partido dei sempre o que me pediram e nunca reivindiquei nada para mim. É essa a minha postura na política. Apoio a Luísa sem contrapartidas nenhumas, porque acho que, sendo militante do PS desde 1985, o partido já deu muito a Matosinhos. Matosinhos cresceu por vontade expressa das suas gentes, os partidos sozinhos não fazem nada, isso é uma falácia. Indicam caminhos e depois são as pessoas, o tecido industrial, comercial e as suas iniciativas que promovem o desenvolvimento da terra. Mas o partido socialista está ligado ao desenvolvimento de Matosinhos de uma forma indelével. No pós democracia foi sempre o Partido Socialista que geriu a câmara, à exceção do último mandato. Para o bem e para o mal, e eu acho que mais para bem que mal, o PS está ligado profundamente e de forma umbilical ao desenvolvimento de Matosinhos. Acho que era bom que o Partido Socialista retomasse os destinos de Matosinhos e que desse continuidade ao projeto que foi criado há muito tempo. Mas que seja um projeto diferente, porque cada ano tem desafios diferentes. A Luísa Salgueiro é diferente do Guilherme Pinto, tem outra interpretação. Pode dar continuidade às grandes linhas, mas vai obviamente ter o seu cunho pessoal. A política deve ser feita para as pessoas, para os matosinhenses. Temos que promover a qualidade de vida das pessoas, indo de encontro aos anseios dos vários grupos sociais e económicos.

NM: Voltando à parte desportiva, houve a estreia do vídeo árbitro na final da Taça de Portugal. Na sua opinião, acha que esta inovação vai trazer benefícios?

HC: Traz vantagens e desvantagens. O protocolo do vídeo árbitro focaliza-se em quatro zonas de intervenção: definição de penalty, decisão se é ou não golo, atribuição de vermelhos diretos e enganos de amostragem de cartões vermelhos. Isto retira da discussão pública muitos problemas. Mas há também outros problemas, nomeadamente, a eficácia desse sistema, que tem que ser célere. Mas em termos gerais, e tirando estas nuances, eu acho que vai retirar da discussão alguns casos e isso já é bom para que o clima de discussão seja mais sereno.

NM: Que mensagem final quer deixar aos jovens matosinhenses que praticam futebol?

HC: Temos consciência que a formação só no campo desportivo é insuficiente. Porque ao patamar de excelência chegam muito poucos. E hoje os ordenados que se auferem nas divisões secundárias, e até na primeira divisão, não são suficientes para depois construir uma vida pós futebol. O concelho que eu dou é que é necessário investir na formação dual: académica e profissional. E que façam desporto, porque é uma vertente importante da nossa formação integral.


 
 
 

Comments


ESTE ESPAÇO PODE SER SEU

 

229 999 310

NOTÍCIAS

FICHA TÉCNICA

 

Diretor Francisco Samuel Brandão  Diretor Adjunto Mário A. Costa  Corpo Redatorial Emídio Brandão, Letícia Fernandes, Ivo Vaqueiro  Colaboradores André Sales (Desporto), Bernardino Costa (Enólogo), Carlos Marinho (Matemático), José Carlos Oliveira (Ex-colaborador da Rádio Clube de Matosinhos), José Henrique Correia (Professor), Luísa Salgueiro (Deputada do PS), Paulo Ferreira (Técnico Oficial de Contas), Paulo Mengo de Abreu, Rui Viana Jorge (Eng.o Mecânico Reformado) Redação Jump Press  Distribuição  Norberto Pereira Design Joana Alves Santos Propriedade Emibra, Lda. E-mail geral@noticiasmatosinhos.com  Direção Postal Apartado 2153, 4451-901  Telefone +351 229 999 310  Fax +351 229 999 319

bottom of page